VIRA-LATA OU PEDIGREE?




A princípio não existe diferença alguma, todos são capazes de fazer as mesmas coisas, são fiéis, amigos, e companheiros. Mas na realidade enquanto uns cães são abandonados ou nascem nas ruas esperando um lar, outros, que tem o chamado pedigree chegam a ter filas de espera para serem comprados.

Quando se trata de adquirir um bichinho de estimação, poucos são os que pensam na adoção, prevalecendo entre os critérios de escolha a raça do animal. Por essa razão, dificilmente cãezinhos abandonados encontram um final feliz. Os que não são recolhidos pelos centros de zoonoses ou pelas ONGs enfrentam a fome e a violência das ruas. No entanto, se as pessoas parassem para pensar, todos os cães, indiferentemente da questão racial, podem oferecer a companhia e a lealdade que os donos esperam. Então por que a preferência pelo pedigree?

A interação homem cão existe há pelo menos 20 mil anos. Dela, resultaram inúmeras raças, especificas para cada atividade do cotidiano do homem antigo. Hoje, algumas raças ainda são treinadas para nos ajudar, como os cães-guia para os deficientes visuais e os cães policiais, que farejam drogas e são usados para intimidação. Entretanto, quando se busca apenas uma companhia e um amigo para todas as horas, não necessariamente é preciso que o cão pertença à determinada raça. Seria, então, uma espécie de preconceito que motiva as pessoas a adquirirem um animal pela sua estética, visto que a maioria dos cães disponíveis para a adoção não possuem uma raça específica. Muitos podem justificar esse fato pelo medo de contrair doenças, o que pode ser difícil de ocorrer uma vez que os animais forem tratados, vermifugados, vacinados e vivam em boas condições de higiene.

A vaidade humana pode ser uma razão para a compra de cães que diga-se de passagem podem custar uma fortuna. A raça do animal pode ter alguma relação com o status que ele oferece, assim como as marcas. Sem contar a baixa variabilidade genética de cães de raças específicas. A própria Confederação Brasileira de Cinofilia possui um documento que regulamenta o cruzamento parental para garantir o pedigree. Pelo visto a falta de moralidade está a favor da supremacia da raça pura, em detrimento do bom senso ético.

Graças a Deus  que há várias entidades preocupadas com a situação dos animais sem lar. Não há razão para haver distinção dos cães pelas raças, pois são todas vidas que merecem nossa atenção.

Através da mobilização e da conscientização, a marca busca, assim como todos que defendem a causa, diminuir o índice de animais à espera de uma adoção.